Textos Lucas
Os benefícios da osteopatiapara os pacientes
A osteopatia é uma técnica de
tratamento desenvolvida pelo médico norte-americano Dr. Andrew Taylor Still
(1828-1917), que visa corrigir, de forma geral, as disfunções ou alterações de mobilidade
tecidual e de articulações do corpo,
é reconhecida no Brasil
como uma especialidade
da fisioterapia (resolução 220, 23/05/01). Sua abordagem fundamenta-se em anatomia, fisiologia e biomecânica, utilizando a avaliação das
mobilidades teciduais e articulares como base para diagnosticar precisamente as
disfunções do paciente. O tratamento consiste em mobilizações e manipulações
dos tecidos e articulações e divide-se em três áreas:
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Estrutural: avalia e trata as disfunções de movimento do sistema
musculoesquelético;
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Craniana: avalia e trata as disfunções de tecidos e ossos cranianos;
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Visceral: avalia e trata as disfunções das vísceras e suas fáscias
circundantes;
Quatro conceitos são principais da
osteopatia:
- A estrutura governa a função: quando está presente um desvio anatômico, hipomobilidades articulares e teciduais em músculos e vísceras, isso causara uma disfunção local e à distância.
- Unidade do corpo: faz-se presente pela conectividade das fáscias. Os músculos são todos contidos por sacos miofasciais, propagando tensões ao longo de toda a rede de colágeno e elastina presente no corpo. Exemplo, um bloqueio articular pode afetar a força nervosa (alteração neurológica), alterando músculos, órgãos e glândulas.
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Autocura: para Still (1864) o corpo tem todas as ferramentas necessárias para reaver sua saúde, a homeostase (habilidade do organismo de manter seu meio interno em equilíbrio quase que constante independente das alterações que ocorram no ambiente externo). Logo, um bloqueio fascial ou articular pode prejudicar o sistema circulatório, nervoso ou endócrino, impedindo que o organismo possa manter ou reaver sua homeostase.
- Lei da artéria: Still (1864) enfatiza, ainda, a importância da circulação para manutenção e recuperação do organismo; os leitos arterial, venoso e linfático carregam a capacidade regenerativa e mantém o organismo saudável e em homeostase.
Exemplificando: uma disfunção hepática, causada por uma densificação dos tecidos em torno do fígado, (este órgão recebe todo o retorno venoso do intestino através do sistema porta). Uma alteração da mobilidade e motilidade deste órgão afetarão a circulação e inervação, gerando insuficiência nesse sistema, causando desde hemorroidas e até alterações intestinais. Outro exemplo: um paciente apresenta dor no ombro direito sem que haja lesões no local, ou seja, a dor não está vindo do ombro, ela é uma resposta a outro problema, que no caso, ela pode ser causada por uma disfunção entre fígado e o músculo diafragma, devido a suas posições anatômicas (fígado logo abaixo da cúpula direita do diafragma), que facilita a formação de uma aderência colagenosa entre os dois, podendo gerar a dor. Esta relação deve-se ao fato das raízes nervosas do diafragma, nervo frênico (C3-C4), ser a mesma da sensibilidade (dermátomo), tanto da sua cúpula quanto do ombro direito.
Assim, a osteopatia capacita o profissional a identificar e tratar as disfunções presentes no paciente, harmonizando os tecidos e sistemas do organismo, potencializando o tratamento da causa primária do quadro patológico.
Lucas Souza Gomes - FisioterapeutaCrefito-3/ 262196-F
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