Textos - Alessandra
Abril 2019
Reflexão sobre o conceito de normalidade e
anormalidade em sexualidade humana.
No
dia 07 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde e a Organização Mundial da
Saúde (OMS) reconhece que para o bem-estar e uma boa qualidade de vida é
preciso existir o equilíbrio entre quatro fatores: família, trabalho, lazer e
sexo.
Vamos aproveitar, então, para refletir um pouco sobre
a sexualidade humana e o conceito de normalidade e de anormalidade, um tema
ainda recheado de tabus e crenças errôneas que interferem na qualidade da
vivência sexual de muitas pessoas/casais em pleno século XXI.
Refletir
sobre normalidade e anormalidade acerca da sexualidade humana é analisar
múltiplos aspectos como os fisiológicos, biológicos, culturais, históricos,
psíquicos, sociais, relacionais e religiosos. Além desses, também há que
considerar o interesse financeiro das
empresas farmacológicas que ao tentarem enquadrar a sexualidade num determinado
parâmetro de normalidade, visando sua medicalização, acabam por reduzir as
experiências sexuais e sua subjetividade à norma anatomofisiológica.
Através
de pesquisas e de estudos, podemos verificar que o conceito de normalidade e
anormalidade em relação à sexualidade humana sofre alterações, conforme a época
e a cultura.
Ao
verificarmos o significado da palavra “normal” nos dicionários, encontramos:
“1. Conforme a norma, a regra; regular; 2. Que é usual, comum; natural. ”
O
comportamento e a função sexual nos dias de hoje, bem como o entendimento da
classificação dos desvios sexuais e das disfunções sexuais, é fruto de uma
ordem em torno do que se espera da expressão da sexualidade influenciada
diretamente por elementos sócio históricos e culturais da humanidade. Por sua
vez, essa influência implica no processo psicológico que é recheado de
elementos afetivos, emoções e fantasias que, muitas vezes, conflitam com as
regras do que é socialmente aceito e com os preceitos morais.
O que
é considerado como “não normal” numa determinada época e cultura, a partir de
critérios meramente estatísticos, não deve necessariamente significar doença ou
um padrão comportamental que não seja sadio.
Experimentar, ocasionalmente, um ato sexual não convencional, não torna
a pessoa desviante ou portadora de um transtorno parafílico.
O
importante é que o comportamento sexual, em suas variadas formas, seja
consensual e satisfaça todos que dele participam. Para vivenciar uma
sexualidade saudável não deve haver
sofrimentos, frustrações, prejuízos ou danos para a própria pessoa ou para os
envolvidos ou outrem.
É
fundamental, portanto, que em qualquer processo terapêutico que trate a questão
sexual, haja um olhar mais amplo sobre os múltiplos aspectos interligados que
influenciam a sexualidade e o comportamento sexual, bem como encarar com
singularidade a sexualidade vivenciada por cada indivíduo/casal.
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